Comitê promove reunião para averiguar situação de barragem da Vale em Tapira

Dentre os assuntos do encontro estão o rebaixamento do lençol freático da cidade devido a irregularidades encontradas em barragem da Vale e as trincas e assoreamentos que estão causando vazamentos de rejeitos, com ameaça de contaminação do manancial Ribeirão do Inferno, afluente do Rio Araguari; Prefeitura é assessorada pela Com Você Comunicação

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (CBH), considerando sua competência de promover o debate das questões relacionadas aos recursos hídricos, vai promover nos dias 03 e 04 de agosto, no município de Tapira, localizado a 400 km de Belo Horizonte, sua 4ª Assembleia Geral Ordinária, com o intuito de debater acerca das denúncias das atividades da Vale Fertilizantes no município. De acordo com a Superintendência Regional do Meio Ambiente do Triângulo Mineiro (SUPRAM), responsável pela fiscalização ambiental na região, foi encontrada em uma das seis barragens instaladas no município, irregularidades nas obras de alteamento realizadas a fim de ampliar a capacidade do reservatório. Segundo o Prefeito da cidade, Lavater Pontes Júnior, as barragens apresentam trincas e assoreamentos e se a Vale foi autuada, existe a dúvida sobre a segurança da barragem. “Estas aberturas estão causando vazamentos de rejeitos, com ameaça de contaminação do manancial Ribeirão do Inferno, afluente do Rio Araguari, nascente do Rio São Francisco que, se contaminado, acarretaria uma catástrofe ambiental. Se foram encontradas irregularidades, ficamos com a incerteza sobre o risco de desabamento das barragens”, alerta. Durante a reunião, tanto os representantes da Vale quanto os da prefeitura poderão se manifestar. 

Além das trincas e assoreamentos das barragens outro problema identificado é o rebaixamento do lençol freático, que já estão causando o comprometimento dos recursos hídricos de Tapira. Alguns fazendeiros e produtores rurais reclamam também da falta de abastecimento de água em seus terrenos. Uma nascente que abastecia um assentamento sem-terra secou porque a Vale lavrou a baixo do nível do lençol freático. A Vale tinha autorização para construir a barragem até a altura de 1.215 metros, sendo constatado na vistoria que a barragem encontrava-se com 1.217,5 metros, ou seja, estava acima da altura permitida. A cópia do auto de infração foi encaminhada para o Ministério Público local e para a coordenadoria do Ministério Público (MP) para que sejam tomadas as medidas cabíveis, como a elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta, já que a empresa realizou alterações no projeto inicial sem autorização. A questão está sob análise do MP. A Prefeitura de Tapira é cliente da Com Você Comunicação.